quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Barco Perdido
Julio Saldanha
“ainda sinto nos recuerdos teu perfume
Embora saibas que há tempos te perdi
Vou carregar a solidão sempre comigo
Porque eu não quis, e não quero repartir
Quando o sol rasgar o chão trazendo um dia
Não estarei mais a teu lado a te beijar
Talvez outro que te aceite repartida
Deita a teu lado pra aquecer o meu lugar”
Passou como passa nas águas de um rio
Um barco perdido sem remo ou patrão
Na calma da noite brincou no remanso
Seguindo o balanço do meu assovio
Tu fostes o barco que o rio carregou
Eu fui o remanso onde o barco brincou
E hoje eu me indago nas noites de paz
Meu barco perdido, por onde andarás?
Por onde, por onde, por onde andarás?
Os gaudérios também amam.
Flor do Sul
Julio Saldanha
Senti o teu cheiro nas flores do campo
Quando a primavera se fez como tu
Eu vi nas coxilhas teu corpo estampado
E versos cantados no canto do anu
Na brisa do vento teus longos cabelos
Num doce bailado de fios de capim
Até o sol da tarde se fez mais ameno
Nos passos serenos que viestes pra mim
Eu vi teu encanto de flor camponesa
De musa e princesa dos dias do sul
Guria bonita, menina formosa
Com jeito de rosa, vestida de azul
Eu vi teu murmúrio na água da sanga
E lábios sorrindo pra quem esperou
O vento passou e levou nossos medos
Deixando o carinho que a alma plantou
Eu vi teu afeto no jeito que olhaste
E sei que notaste que trago no olhar
Um homem do campo que atrás da rudeza
Esconde a grandeza de tanto te amar
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