Optei pela profissão de publicitário muito cedo em minha vida. A publicidade, assim como a política, ensejava as criações, disputas, derrotas e vitórias inerentes à profissão. Ainda que acreditasse em uma visão “engajada” de publicidade, sabia que era um instrumento de venda. De qualquer venda. Ainda assim, buscava um diferencial na propaganda que me permitisse uma realização tanto profissional quanto pessoal. Tive a oportunidade de cursar a primeira turma de Publicidade e Propaganda da UNIJUI, incrivelmente romântica e irresponsável. Romântica porque buscava esse “novo tipo de propaganda”, ético e inovador. Irresponsável porque para a propaganda, ética é um conceito nebuloso e raro. De qualquer forma, no período acadêmico li um livro do responsável pela propaganda da Benetton, Oliviero Toscani. Os que tem mais de 25 anos (meu caso) talvez lembrem das polêmicas propagandas da Benetton, utilizando temas como a AIDS, a guerra da Iugoslávia, o racismo, a hipocrisia etc. Toscani provocava dizendo que a propaganda tinha que ter um papel inovador, informativo, polêmico e não vender falsas promessas de produtos milagrosos. E, mais importante, afirmava que as propagandas tinham o intuito de vender sim as roupas da empresa, mas se isso era possível ser feito trazendo benefícios para a sociedade, por que não? Claro, isso foi um sonho passageiro. Nem a Benetton manteve a linha de propaganda, nem ninguém mais ousou tanto.
Dito tudo isso, quero saudar a iniciativa da Rede Vivo de reinventar as sacolas de compras retornáveis. São menos algumas toneladas de plástico a poluir o meio-ambiente. Claro, antes que algum magoadinho de plantão diga, é evidente que isso visa uma melhor colocação da empresa no quesito responsabilidade social e aumentar suas vendas. Afinal e inicial é uma empresa. Mas porque não ganhar dinheiro e ainda reduzir um pouco as nossas mazelas do dia-a-dia. Por que não?
terça-feira, 14 de agosto de 2007
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2 comentários:
Bem mais de 25, meu caro.
ideia de quem sera?
eu imagino ;)
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