Estamos no natal. Não vou falar sobre o espírito natalino tampouco consumismo. Acredito que o natal é um momento onde as pessoas estão pré-dispostas à serem mais solidárias. Aqui, também não interessa os motivos dessa solidariedade, ela existe e pronto.
Considerando que o natal tem significados emblemáticos para a grande maioria das pessoas, símbolos de natal são na sua maioria simbolos solidários. O presépio, a troca de presentes, as campanhas para as crianças carentes etc, todos o são.
Pois é justamente de um símbolo que eu quero falar. Santa Maria historicamente escondeu seus problemas debaixo do tapete. As diferenças eram tratadas apenas como motivo de reunião de senhoras (bem intencionadas na sua maioria)incumbidas de distribuir alguns agrados à "comunidade carente". Há poucos anos atrás (bem poucos) Santa Maria acordou com uma árvore de natal feita tão somente de garrafas PET (aquelas que vocês põem no lixo). E o mais estranho, fincada no local mais central e improvável de vermos tamanho absurdo: no calçadão. Aquela árvore, nem sempre bonita plasticamente, construída por gente que vive do lixo, representava uma invasão silenciosa no espaço público da cidade. Peraí! Tudo bem que esses caras mexam nas lixeiras, atrapalhem o trânsito com carrinhos fantasiados. Mas deixarem uma parte de si no meio do calçadão? Obrigando os do centro conviverem com aquela garrafas PET? Não! Claro que não. Esse tipo de manifestação deve ser escondida, deve se manter na periferia e, talvez, em alguma matéria de jornal falando dos "recicladores". Mas não no centro. E, no supra-sumo das suas vidas, aparecerem em um Globo Repórter ou num programa sobre periferia (veja bem, periferia.) da Regina Casé.
Desde o ano passado não temos mais a árvore de PET. Temos uma árvore linda, com laços, verde (como os pinheiros), brilhante. Mas completamente sem alma. Quando passei por aquela árvore, tive vontade de chorar. Voltamos ao passado? Perdemos a batalha? Santa Maria vai voltar a fingir que as diferenças não existem. A árvore de PET era uma lembrança cravada na alma de todos. Mostrando que as diferenças existem e são cruéis. Mesmo que compremos milhares em presentes, aquela visão sempre nos lembraria que existe mais Santa Maria do que a maioria conhece.
Valdeci (sei que assessores teus lêem esse blog), tem mais um ano nesse mandato. Sabe que símbolos são importantes. Não perca este. Se precisar de ajuda, sou parceiro. Até porque temos "opção de classe", não é mesmo?
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Implausível
Minha intenção era retomar o blog falando sobre o I Encontro de Cidades do Mercosul e a eleição no PT. Só que ontem tive o privilégio de acompanhar uma conversa entre o Oscar Niemeyer e o Ferreira Gullar que, sem dúvida alguma, é mais importante que os temas anteriores.
Por dever de ofício, estava a testar alguns equipamentos e consegui gravar um fragmento da conversa que preciso divulgar aqui. Fazia tempo que não via algo tão lírico e brilhante. Lembrem-se que estamos falando de dois comunistas históricos, ateus e cientificistas.
A conversa versava sobre a a crença em deus e na religião, então:
"Niemeyer - Tudo besteira, besteira linda, mas besteira mesmo... Não vai me dizer que isso é plausível?
Gullar - Plausível é uma coisa, crença é outra. Toda a crença é pelo menos impláusivel. Eu tenho um poema que me veio assim: eu ia para o trabalho e passei pelo cemitério São João Batista. A manhã estava linda, e eu me lembrei de meus amigos ali, Vianinha, Paulo Pontes, Vinícius, todos eles...E imaginei que estava juntos, sentados no túmulo do Vinícius, rindo e conversando... Tudo assim no balanço da brisa...Eram espirítos e estavam ali se divertindo, felizes, brincalhões... Daí o cara pára no sinal, e eu caio em mim: mas um comunista não pode ficar pensando nessas coisas! É, mas a manhã era tão linda que eu preferi acreditar que meus amigos estavam ali se divertindo, conversando e rindo como digo no poema:
Nessa manhã brasileira
que torna implausível a escura morte..."
Estou buscando o poema inteiro, mas só esses dois versos antecedidos pela história do poeta levam-me a pensar que vale a pena continuar. Depois de tantos absurdo que vi na última semana, o Ferreira Gullar ressuscitou uma chama de esperança dentro de mim. Pelos amigos que estão aí, pelos que já foram (com certeza jogando truco), vale a pena continuar.
Por dever de ofício, estava a testar alguns equipamentos e consegui gravar um fragmento da conversa que preciso divulgar aqui. Fazia tempo que não via algo tão lírico e brilhante. Lembrem-se que estamos falando de dois comunistas históricos, ateus e cientificistas.
A conversa versava sobre a a crença em deus e na religião, então:
"Niemeyer - Tudo besteira, besteira linda, mas besteira mesmo... Não vai me dizer que isso é plausível?
Gullar - Plausível é uma coisa, crença é outra. Toda a crença é pelo menos impláusivel. Eu tenho um poema que me veio assim: eu ia para o trabalho e passei pelo cemitério São João Batista. A manhã estava linda, e eu me lembrei de meus amigos ali, Vianinha, Paulo Pontes, Vinícius, todos eles...E imaginei que estava juntos, sentados no túmulo do Vinícius, rindo e conversando... Tudo assim no balanço da brisa...Eram espirítos e estavam ali se divertindo, felizes, brincalhões... Daí o cara pára no sinal, e eu caio em mim: mas um comunista não pode ficar pensando nessas coisas! É, mas a manhã era tão linda que eu preferi acreditar que meus amigos estavam ali se divertindo, conversando e rindo como digo no poema:
Nessa manhã brasileira
que torna implausível a escura morte..."
Estou buscando o poema inteiro, mas só esses dois versos antecedidos pela história do poeta levam-me a pensar que vale a pena continuar. Depois de tantos absurdo que vi na última semana, o Ferreira Gullar ressuscitou uma chama de esperança dentro de mim. Pelos amigos que estão aí, pelos que já foram (com certeza jogando truco), vale a pena continuar.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Dois pesos...
Acho interessantíssima (tenho amigos que criticam meus superlativos) a opinião da REBES sobre a carga tributária, os respectivos impostos e tentativas de aumento dos mesmos. Até bem pouco tempo atrás, aumento de impostos era uma palavrão para esta dileta rede de comunicação, assim como para seus grandes, preparados, insuperáveis e isentos comentaristas.
Incrivelmente, corajosamente, inescrupulosamente, opa, esse não; a REBES lamenta a atitude da Assembléia Legislativa que deu um relhaço na governadora paulista, impedindo um roubo descarado no bolso do contribuinte. Seu mais rubicundo comentarista atira farpas na Assembléia por "não ter dado mais tempo à votação do pacote. Para discutirmos melhor o futuro do Rio Grande.". Faz tempo que eu não tenho orgulho de várias instituições, mas hoje tenho o orgulho de escrever Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul com maiúsculas.
E o mais engraçado, é que a mesma REBES critica a tentativa de manutenção da CPMF, o único imposto que penaliza quem movimenta mais dinheiro nos bancos. Vai entender. Eu entendo.
Incrivelmente, corajosamente, inescrupulosamente, opa, esse não; a REBES lamenta a atitude da Assembléia Legislativa que deu um relhaço na governadora paulista, impedindo um roubo descarado no bolso do contribuinte. Seu mais rubicundo comentarista atira farpas na Assembléia por "não ter dado mais tempo à votação do pacote. Para discutirmos melhor o futuro do Rio Grande.". Faz tempo que eu não tenho orgulho de várias instituições, mas hoje tenho o orgulho de escrever Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul com maiúsculas.
E o mais engraçado, é que a mesma REBES critica a tentativa de manutenção da CPMF, o único imposto que penaliza quem movimenta mais dinheiro nos bancos. Vai entender. Eu entendo.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Carrefour
Tenho acompanhado uma polêmica fantástica sobre as "ajudas" que o Carrefour tem dado à cidade. Alguns dizem que o Hipermercado tem patrocinado ações pela cidade e não poderia fazer isto. Pelo que eu sei, está ajudando na contrução do "xópim" popular e no novo paradão de ônibus.
Na minha imodesta opinião, só posso elogiar a atitude da empresa. Quiça todas as empresas que se estabelecerem na cidade ajudem na infra-estrutura da mesma. Sem contar que só por ter restaurado o Hugo Taylor já teria minha admiração.
Ainda não fui no mercado, embora trabalhe a poucas quadras e more ao lado, mas mal posso esperar para tomar um café sob a pintura do Locatelli.
E os que criticam o mercado por "interferir" na cidade, deve ser inveja ou culpa.
Em tempo: A única relação que tenho com o Carrefour é a vontade que tenho de conhecer a França.
Na minha imodesta opinião, só posso elogiar a atitude da empresa. Quiça todas as empresas que se estabelecerem na cidade ajudem na infra-estrutura da mesma. Sem contar que só por ter restaurado o Hugo Taylor já teria minha admiração.
Ainda não fui no mercado, embora trabalhe a poucas quadras e more ao lado, mas mal posso esperar para tomar um café sob a pintura do Locatelli.
E os que criticam o mercado por "interferir" na cidade, deve ser inveja ou culpa.
Em tempo: A única relação que tenho com o Carrefour é a vontade que tenho de conhecer a França.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Desculpas
Sei que estou em débito com meus cinco leitores, mas para a semana que vem retomo o blog com mais opiniões nem sempre canônicas.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Camões
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís de Camões
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Mania de não ficar quieto
Li na imprensa deste final-de-semana, mais especificamente na coluna do Claudemir Pereira do jornal A Razão, que um edil do partido da "estrela de camobi" declarou que na eleição do PT eles são "os Farroupilhas contra o Império". Não sei. Eu que normalmente o vejo com botas e bombachas tinindo de novas, acho que não parecem "farrapos". Se bem que tinha o Bento Gonçalves e outros estancieiros nas hostes farroupilhas. Deve ser por aí.
O Vermelho e o Negro - Da série "Livros que eu li"
Não é segredo que sou um apaixonado por literatura. Devoro livros diariamente. Tem uma expressão do Erico Veríssimo que versa mais ou menos o seguinte: Como o nosso tempo de vida é limitado, podemos roubar experiências e sensações daqueles que escreveram literatura.
Não consigo entender quem não lê. De certa forma, parecem-me pessoas incompletas.
Pois bem, esse livro do Sthendal conta a história do filho de um carpinteiro que tem grandes ambições. Sonha com o exército de Napoleão, mas quando o Imperador cai, vê-se obrigado a abraçar a batina. Na época, fora o exército, era a única forma de ascender socialmente. Sorel, esse é seu nome, passa a ser professor particular, ou preceptor, de jovens da burguesia e da aristocracia francesa. Sorel é um hipócrita, tanto na política, como nas relações amorosas.
Para quem não sabe, esse livro é o marco do começo do Realismo, escola que vê o mundo com uma aguçada análise psicológica dos personagens, e não poupa o idealismo, antes reinante, com uma perspicaz análise das motivações das ações humanas na sociedade. Nesses tempos bicudos, onde idealismo não vale muita coisa, é uma bela leitura.
Não consigo entender quem não lê. De certa forma, parecem-me pessoas incompletas.
Pois bem, esse livro do Sthendal conta a história do filho de um carpinteiro que tem grandes ambições. Sonha com o exército de Napoleão, mas quando o Imperador cai, vê-se obrigado a abraçar a batina. Na época, fora o exército, era a única forma de ascender socialmente. Sorel, esse é seu nome, passa a ser professor particular, ou preceptor, de jovens da burguesia e da aristocracia francesa. Sorel é um hipócrita, tanto na política, como nas relações amorosas.
Para quem não sabe, esse livro é o marco do começo do Realismo, escola que vê o mundo com uma aguçada análise psicológica dos personagens, e não poupa o idealismo, antes reinante, com uma perspicaz análise das motivações das ações humanas na sociedade. Nesses tempos bicudos, onde idealismo não vale muita coisa, é uma bela leitura.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Augusto dos Anjos
A esperança
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!
*Descansa seu Alcides.
** Pena. Ela estava bem preparada.
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!
*Descansa seu Alcides.
** Pena. Ela estava bem preparada.
sábado, 6 de outubro de 2007
Leviatã
Descobri que além dos meus amigos mais gente lê o meu blog. Aproveitando essa descoberta vou publicar alguns posts de livros lidos que ajudaram a compor minha forma de pensar. Pretenciosamente, começo com o "Leviatã" de Thomas Hobbes. O nome do livro vem de um monstro bíblico, o Leviatã. Trata da organização da sociedade. Para o autor, o homem em "estado natural" desconhece as leis e a idéia de justiça. Todos tem direito a tudo, e para conseguirem usam a força e a astúcia. Essas atitudes teriam como consequência "a guerra de todos contra todos", que só poderia ser evitada realizando o "pacto social". Para quem gosta de política, é um livro fundamental, justamente por racionalizar a divisão entre a igreja e o estado. Como curiosidade, o desenhista Bil Waterson, deu o nome de "Hobbes" (na versão brasileira virou Haroldo) ao tigre do Calvin em homenagem ao autor do Leviatã.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
- Esse cara também é muito bom, tem futuro...
Saudades
Meu pai tem sido muito presente nos últimos dias.
Faz dez anos que ele deu o "peido-mestre" (expressão usada pelo Luciano em um texto dele escrito da época. Texto que me foi dado de presente e ainda me emociona muito toda a vez que releio). O Amir deixou vários ensinamentos, entre eles a importância da honra e da lealdade aos amigos. Nos últimos dias eu podia ter ficado quieto sobre vários temas, mas o Amir não deixou. Valeu pai.
Faz dez anos que ele deu o "peido-mestre" (expressão usada pelo Luciano em um texto dele escrito da época. Texto que me foi dado de presente e ainda me emociona muito toda a vez que releio). O Amir deixou vários ensinamentos, entre eles a importância da honra e da lealdade aos amigos. Nos últimos dias eu podia ter ficado quieto sobre vários temas, mas o Amir não deixou. Valeu pai.
Anjos ou Deuses
Anjos ou Deuses
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nos e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem
E nós não desejamos.
FERNANDO PESSOA
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Pois é...
Estou aqui editando o último "Claudemir Pereira Café".É. O último. Infelizmente apesar de todas as repercussões o programa não tem patrocínios suficientes para manter-se no ar. Acontece. É a história de quem trabalha com isso. As vezes dá, as vezes não. Não é para sempre. Afora a morte, nada o é. Mas acabou essa fase.
Interessante. Conheci o Claudemir além do jornalista. Conheci um pouco da pessoa. Nem melhor, nem pior que eu. Só diferente. Mas foi muito legal. Entrevistamos o Luciano, o Pozzobom,o Piriska. O Candinho (um monte de vezes, a minha sogra, o meu sogro, tinha quadros da Juliana (bárbaro nepotismo). Teve música.O áudio foi ruim, foi regular, foi bom. Teve cinco cenários diferentes.
Nesse último a câmera parece uma pipoca. A gente trocou de enquadramento milhares de vezes. O Mauro fez tudo que queria fazer. O Claudemir também. Eu não. Fui covarde. Gravei o primeiro bloco e inventei uma desculpa para sair do estúdio. Fraqueza? Não. Muito mais raiva do que fraqueza. Acabou. E outros começam.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Porongo nos tentos
Essa crise anunciada no PT de Santa Maria nada mais é que a representação inequívoca das práticas e intenções de alguns próceres da legenda.
Não eximindo as culpas coletivas e, principalmente a responsabilidade dos que comandam o executivo municipal, esse grupo capitaneado pela estrela de camobi, apresenta uma voracidade carguista além do imaginado e aquém da ética. Aliás, ética é uma expressão desconhecida dos que admitem e abusam de práticas tão especiais.
A estrela de camobi não me é uma pessoa desconhecida, pelo contrário, conheço seus métodos desde 1989, quando solicitei (junto com outros companheiros) a sua punição pelo PT por abusos e métodos poucos recomendados no processo eleitoral da União Santamariense dos Estudantes. Inclusive, diga-se de passagem, a passagem da estrela de camobi pela USE foi desastrosa. A entidade foi abandonada por um cargo em São Paulo (vejam só, não é de hoje), teve documentações extraviadas e a diretoria perdeu sua reeleição para a direita.
Em 2000, quando vim trabalhar na campanha de TV do Prefeito Valdeci, a estrela de camobi não escondeu seu descontentamento por ter que trabalhar com seus antigos desafetos, mas a clarividência do prefeito demonstrou que sua escolha estava certa. Naquela eleição, a estrela de camobi teve destaque de candidato preferencial pelo grupo do prefeito, prejudicando inclusive a reeleição de um companheiro histórico e leal, o Galvão. Aproveitando do péssimo trabalho dos primeiros secretários de saúde, a estrela de camobi assume a pasta da saúde (com loas do prefeito, que fique claro). Neste momento, a Secretaria de Saúde torna-se um palanque eleitoral, voltada para a eleição da estrela de camobi à deputação estadual. O processo eleitoral de 2002 foi bastante traumático para mim. Foi o começo do fim da crença em um partido republicano, com corte social definido e coletivo. A eleição demonstrou que a ingenuidade e o sonho não tinham mais espaços. O que valia era o voto. Não interessava o custo. Na maioria das candidaturas proporcionais a ordem era garantir voto para si, as majoritárias que se ralassem. Poucos candidatos a deputado mantinham coerência entre suas idéias e seus atos. Claro, não vou deixar de falar no gaulês Marcos Rolim. Ele lembrava as histórias do Asterix e sua vila, onde cercados pelos vorazes romanos resistiam bravamente a ocupação. O Marcos deixou ensinamentos. Bons e ruins. Mas esse é um assunto que vou tratar em outro texto específico.
A estrela de camobi também teve status de candidato preferencial, tratado assim pelas principais lideranças do PT de Santa Maria, principalmente pelas do paço municipal. Quando se elegeu, a estrela de camobi já devia saber o que faria. E o que fez foi simplesmente virar as costas aos que o ajudaram. Principalmente para o Prefeito Valdeci.
Traição.
traição
do Lat. traditione, entrega
s. f.,
acção ou efeito de trair;
intriga;
deslealdade;
aleivosia;
perfídia;
cilada;
infidelidade.
loc. adv.,
à -: traiçoeiramente;
alta -: atentado contra a segurança do Estado.
Fonte Dicionário Aurélio
A partir daí, a construção se deu da pior maneira possível e redundou nessa crise que o meu partido passa.
Não acho que existam santos ou diabos, acho que somos um pouco de cada coisa. A moral e a ética são construções culturais. Cada um escolhe como quer comportar-se. Descobri também, que lealdade não tem muito valor para alguns. E não aceito atitudes sem explicações, principalmente aquelas que atingem diretamente a honra das pessoas. Também percebi que as escolhas fazem diferença. A estrela de camobi não chegou onde está sozinha, foi ajudada principalmente por aqueles que agora ataca sanguinariamente. E os que foram leais foram tratados como sobras, descartáveis. Se servir como lição, pelo menos valerá alguma coisa. Mas sinceramente? Não acredito.
OBS 01. Em respeito as três pessoas que lêem o meu blog, informo que não pronuncio nem escrevo mais o nome daquele deputado. Daí a alcunha “estrela de camobi”.
OBS 02. Ainda em respeito aos três, sei da força daquilo que escrevi. Estou pronto a assumir toda a responsabilidade e conseqüência disso. Ou em outras palavras “amarrei porongo nos tentos.”
Não eximindo as culpas coletivas e, principalmente a responsabilidade dos que comandam o executivo municipal, esse grupo capitaneado pela estrela de camobi, apresenta uma voracidade carguista além do imaginado e aquém da ética. Aliás, ética é uma expressão desconhecida dos que admitem e abusam de práticas tão especiais.
A estrela de camobi não me é uma pessoa desconhecida, pelo contrário, conheço seus métodos desde 1989, quando solicitei (junto com outros companheiros) a sua punição pelo PT por abusos e métodos poucos recomendados no processo eleitoral da União Santamariense dos Estudantes. Inclusive, diga-se de passagem, a passagem da estrela de camobi pela USE foi desastrosa. A entidade foi abandonada por um cargo em São Paulo (vejam só, não é de hoje), teve documentações extraviadas e a diretoria perdeu sua reeleição para a direita.
Em 2000, quando vim trabalhar na campanha de TV do Prefeito Valdeci, a estrela de camobi não escondeu seu descontentamento por ter que trabalhar com seus antigos desafetos, mas a clarividência do prefeito demonstrou que sua escolha estava certa. Naquela eleição, a estrela de camobi teve destaque de candidato preferencial pelo grupo do prefeito, prejudicando inclusive a reeleição de um companheiro histórico e leal, o Galvão. Aproveitando do péssimo trabalho dos primeiros secretários de saúde, a estrela de camobi assume a pasta da saúde (com loas do prefeito, que fique claro). Neste momento, a Secretaria de Saúde torna-se um palanque eleitoral, voltada para a eleição da estrela de camobi à deputação estadual. O processo eleitoral de 2002 foi bastante traumático para mim. Foi o começo do fim da crença em um partido republicano, com corte social definido e coletivo. A eleição demonstrou que a ingenuidade e o sonho não tinham mais espaços. O que valia era o voto. Não interessava o custo. Na maioria das candidaturas proporcionais a ordem era garantir voto para si, as majoritárias que se ralassem. Poucos candidatos a deputado mantinham coerência entre suas idéias e seus atos. Claro, não vou deixar de falar no gaulês Marcos Rolim. Ele lembrava as histórias do Asterix e sua vila, onde cercados pelos vorazes romanos resistiam bravamente a ocupação. O Marcos deixou ensinamentos. Bons e ruins. Mas esse é um assunto que vou tratar em outro texto específico.
A estrela de camobi também teve status de candidato preferencial, tratado assim pelas principais lideranças do PT de Santa Maria, principalmente pelas do paço municipal. Quando se elegeu, a estrela de camobi já devia saber o que faria. E o que fez foi simplesmente virar as costas aos que o ajudaram. Principalmente para o Prefeito Valdeci.
Traição.
traição
do Lat. traditione, entrega
s. f.,
acção ou efeito de trair;
intriga;
deslealdade;
aleivosia;
perfídia;
cilada;
infidelidade.
loc. adv.,
à -: traiçoeiramente;
alta -: atentado contra a segurança do Estado.
Fonte Dicionário Aurélio
A partir daí, a construção se deu da pior maneira possível e redundou nessa crise que o meu partido passa.
Não acho que existam santos ou diabos, acho que somos um pouco de cada coisa. A moral e a ética são construções culturais. Cada um escolhe como quer comportar-se. Descobri também, que lealdade não tem muito valor para alguns. E não aceito atitudes sem explicações, principalmente aquelas que atingem diretamente a honra das pessoas. Também percebi que as escolhas fazem diferença. A estrela de camobi não chegou onde está sozinha, foi ajudada principalmente por aqueles que agora ataca sanguinariamente. E os que foram leais foram tratados como sobras, descartáveis. Se servir como lição, pelo menos valerá alguma coisa. Mas sinceramente? Não acredito.
OBS 01. Em respeito as três pessoas que lêem o meu blog, informo que não pronuncio nem escrevo mais o nome daquele deputado. Daí a alcunha “estrela de camobi”.
OBS 02. Ainda em respeito aos três, sei da força daquilo que escrevi. Estou pronto a assumir toda a responsabilidade e conseqüência disso. Ou em outras palavras “amarrei porongo nos tentos.”
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Coice de Porco II
- Essa crise no PT é anunciada. O Prefeito Valdeci já tinha que ter desligado do governo esse grupo de chantagistas e aproveitadores. Não foi por falta de aviso nem de apoio. As vezes a impressão que dá é que o governo faz como adolescentes: não acredita nas experiências dos outros e precisa sofrer na carne para entender. Na política os aliados são fundamentais, mas sempre tem que haver prioridade aos leais. Tomara que aprendam. E tomara que ao menos desculpem-se e expliquem os erros e absurdos cometidos contra os leais, muito embora eu não acredite nesse ato de grandeza.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Circunstâncias
Demorei muitos anos para compreender que as pessoas tem papéis diferentes nas mais diversas situações da vida. As vezez protagonistas, outras espectadores, coadjuvantes etc. Nas poucas vezes que desempenhei papéis importantes com resultados satisfatórios, sempre fui coadjuvante. A dificuldade foi compreender que esse papel era fundamental para o resultado final da coisa. Claro, ninguém é insubstituível, outro também poderia conseguir. Faz tempo que ser coadjuvante não me incomoda. Ao contrário, cada dia que passa descubro que os coadjuvantes são fundamentais para os protagonistas. Não conheço um filme em que o ator principal não seja rodeado por um coadjuvante melhor ainda. Mas tem alguns dissabores. Ao coadjuvante cabem as circunstâncias. As vezes é necessário, outras nem tanto. Como é coadjuvante, só entra em cena depois que o protagonista estabeleceu seu espaço, ou na melhor das hipótese anuncia a entrada do protagonista. Repito, não me incomodo ser coadjuvante. Me sinto melhor resolvendo do que preparando, mas as circunstância, ah! essas destróem.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Coice de Porco
- Impressionante a repercussão da Santa no morro do Cechela. A população pensa que será construída com recursos do PAC. Saliento que não sou especialista em nada, mas o que já fiz em comunicação me permite dizer que anunciar as duas coisas juntas, além de vinculá-las, tirou toda a força da notícia. Uma é realidade, o PAC, outra é sonho. Parece que o Secretário de Comunicação não sabia do anúncio duplo. Ainda bem. A SECOM não merece a responsabilidade por essa insanidade. Diga-se de passagem, difícil de resolver.
- O PAC é a chance de mudar radicalmente a estrutura de Santa Maria. Apenas a Bacia do Cadena já bastaria como marca dessa administração. Somado com a urbanização da Nova Santa Marta “nunca na história dessa cidade” se fez tanto para sua estruturação física e humana. Só tem um porém: A burocracia. Vençam-na e ficam na história. Torço pelo Gerri e pelo Ivo.
- Terminou a Expointer. Sucesso. Recorde de vendas, de público. Engraçado, não vivíamos uma crise no campo, construída pelo governo Lula? Pois é. Todas as falas da aristocracia rural, são positivas e lucrativas. Vai ver que o campo só melhorou nos dias de Expointer.
- O PAC é a chance de mudar radicalmente a estrutura de Santa Maria. Apenas a Bacia do Cadena já bastaria como marca dessa administração. Somado com a urbanização da Nova Santa Marta “nunca na história dessa cidade” se fez tanto para sua estruturação física e humana. Só tem um porém: A burocracia. Vençam-na e ficam na história. Torço pelo Gerri e pelo Ivo.
- Terminou a Expointer. Sucesso. Recorde de vendas, de público. Engraçado, não vivíamos uma crise no campo, construída pelo governo Lula? Pois é. Todas as falas da aristocracia rural, são positivas e lucrativas. Vai ver que o campo só melhorou nos dias de Expointer.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Bravata
A política tem entre as suas inerências, as previsões, as tentativas de antecipar fatos e/ou projetos. Isso faz dela uma ciência inexata, imprecisa. Estabelecer prazos para uma obra, cumprir acertos previamente estabelecidos são riscos corridos diariamente. Embora tenha sido constantemente surpreendido com posturas e posições de algumas autoridades políticas, não me considero um ingênuo nessa área e compreendo essas situações como inerentes mesmo (se não aceita, não participe!).Mas o que não aceito e não compreendo é a bravata. A bravata é um câncer da política brasileira, uma herança de caudilhos e ditadores. “Vamos trabalhar 24h para cumprir...”, como se quantidade fosse igual a qualidade; “Eu garanto que em 30 dias municipalizaremos...”, como se dependesse de uma pessoa; “Jamais vão cortar esse serviço, EU ajuizarei e impedirei...”, como se a justiça fosse previsível. E não faltariam exemplos em âmbito mundial, nacional e municipal. A bravata termina com a confiança, essa sim necessidade básica para o futuro político de qualquer um. Então senhores, limitem as bravatas nas suas relações pessoais, não as tornem públicas, sob pena de caírem no ridículo.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Às vezes entre a tormenta
Às vezes entre a tormenta,
quando já umedeceu,
raia uma nesga no céu,
com que a alma se alimenta.
E às vezes entre o torpor que não é tormenta da alma,
raia uma espécie de calma que não conhece o langor.
E, quer num quer noutro caso,
como o mal feito está feito,
restam os versos que deito, vinho no copo do acaso.
Porque verdadeiramente sentir é tão complicado
que só andando enganado é que se crê que se sente.
Sofremos? Os versos pecam.
Mentimos? Os versos falham.
E tudo é chuvas que orvalham
folhas caídas que secam.
Fernando Pessoa
quando já umedeceu,
raia uma nesga no céu,
com que a alma se alimenta.
E às vezes entre o torpor que não é tormenta da alma,
raia uma espécie de calma que não conhece o langor.
E, quer num quer noutro caso,
como o mal feito está feito,
restam os versos que deito, vinho no copo do acaso.
Porque verdadeiramente sentir é tão complicado
que só andando enganado é que se crê que se sente.
Sofremos? Os versos pecam.
Mentimos? Os versos falham.
E tudo é chuvas que orvalham
folhas caídas que secam.
Fernando Pessoa
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Gramado
Terminou neste domingo o Festival de Cinema de Gramado. Foram muitas luzes, muitos flashes, muita tietagem, muitos atores globais. Ah, teve bons filmes também.
Infelizmente, os curta-metragens forma deslocados para a tarde. Esses mesmos curtas que, em várias edições, salvaram o festival.
Por tudo isso e muito mais: Vida longa ao Santa Maria Vídeo e Cinema.
Infelizmente, os curta-metragens forma deslocados para a tarde. Esses mesmos curtas que, em várias edições, salvaram o festival.
Por tudo isso e muito mais: Vida longa ao Santa Maria Vídeo e Cinema.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Mais dos cansados
Cansei
Não pretendia comentar o movimento "cansado", mas torna-se impossível não dizer algumas coisas à tão brilhantes manifestantes:
1- Quando chegarem a manifestação, cuidado com os flanelinhas negros e pobres que tentarão cuidar dos seu carros importados;
2- Cuidado nas escadarias da Catedral da Sé, as vezes encontramos pedintes e mendigos ali colocados. Importante que não confundam com alguma peça teatral do Gerald Thomas, esses são de verdade.
3- Não consumam os alimentos comercializados em torno da praça, não são para estômagos delicados e acostumados com frois grass;
4- Já as mercadorias vendidas ali, podem comprar. As de Miami também vem da China;
5- Importante: O Hino Nacional será cantado em português. A versão em francês não ficou pronta.
6- Ao final do ato, será servido champagne à todos, bem como serão distribuidos Channel nº5 para tirar o gosto e o cheiro da pobreza.
7- Por fim, e não menos importante, aos manifestantes que ficaram chocados e impressionados com a realidade dura do Brasil, 100 analistas estarão de plantão na DASLU para atenderem a todos.
E para nós que conhecemos essa realidade desde o nascimento e lutamos contra ela com todas as nossas forças, inclusive botando LÁ um metalúrgico, pobre e sem dedo, no momento do minuto de silêncio, gritemos com toda a nossa força e indignação contra essa elite racista quer tem a coragem e o displante de debochar da nossa existência.
1- Quando chegarem a manifestação, cuidado com os flanelinhas negros e pobres que tentarão cuidar dos seu carros importados;
2- Cuidado nas escadarias da Catedral da Sé, as vezes encontramos pedintes e mendigos ali colocados. Importante que não confundam com alguma peça teatral do Gerald Thomas, esses são de verdade.
3- Não consumam os alimentos comercializados em torno da praça, não são para estômagos delicados e acostumados com frois grass;
4- Já as mercadorias vendidas ali, podem comprar. As de Miami também vem da China;
5- Importante: O Hino Nacional será cantado em português. A versão em francês não ficou pronta.
6- Ao final do ato, será servido champagne à todos, bem como serão distribuidos Channel nº5 para tirar o gosto e o cheiro da pobreza.
7- Por fim, e não menos importante, aos manifestantes que ficaram chocados e impressionados com a realidade dura do Brasil, 100 analistas estarão de plantão na DASLU para atenderem a todos.
E para nós que conhecemos essa realidade desde o nascimento e lutamos contra ela com todas as nossas forças, inclusive botando LÁ um metalúrgico, pobre e sem dedo, no momento do minuto de silêncio, gritemos com toda a nossa força e indignação contra essa elite racista quer tem a coragem e o displante de debochar da nossa existência.
Crítica ou Golpismo
Eu ia escrever sobre isso, mas encontrei esse artigo do Mino Carta que vale a pena ser lido.
"João Ubaldo Ribeiro, em O Estado de S.Paulo de ontem, domingo, desqualifica “essa suspeita de golpismo”. O jornal, evidentemente, exulta, dá-lhe asas o aval da autoridade, da assinatura celebrada. O escritor refere-se às investidas da mídia nativa contra o governo, e afirma: “Não tem golpismo, tem é exercício do direito de crítica”. Não pretendo responder a João Ubaldo. Sustento, apenas, que uma coisa é a crítica, e outra é o golpismo. Sim, a crítica é direito de qualquer cidadão, assim como qualquer um tem o direito de professar suas crenças, agir conforme seus princípios e manifestar suas idéias. Eu sou bastante critico do governo, embora exposto a pecha diuturna de apaniguado do presidente Lula. Pecha? Pois é. E eu, não teria direito de achar bom o que outros dizem mal? Tenho, mas estou longe de entender que o governo se sai bem. CartaCapital apoiou a candidatura Lula em 2002 e 2006 por considerá-la melhor do que outras, e não deixou de apresentar as razões da escolha. Discordamos, porém, e irredutivelmente, da política econômica do governo. Condenamos a ambigüidade governista em relação aos transgênicos e a omissão de longos meses no que diz respeito ao apagão aéreo. Lamentamos a demissão de Waldir Pires do ministério da Defesa e fustigamos a vergonhosa retirada diante das pressões da Globo no caso da classificação indicativas dos programas de tevê. E desabridamente desconfiamos da ação de alguns ministros, como Helio Costa e Nelson Jobim, sem falar de Mangabeira Unger, empregado de Daniel Dantas. E não temos duvidas quanto ao fato de que o governo deveria abandonar ao seu destino o senador Renan Calheiros. E por aí afora. Isto, porém, é crítica, procedente ou não. Golpismo é outra coisa, é a sanha de precipitar uma crise, de qualquer proporção. Do irmão Vavá ao desastre da TAM. Sem hesitações ao testar hipóteses, conforme as lições do diretor da Rede Globo, Ali Kamel. Quer dizer, o golpista arrisca-se impávido à acusação falsa, quando não omite a verdade factual. Ou mente. E isto, a se considerar o País, sua zelite (como diz João Ubaldo Ribeiro) e suas tradições, é golpismo. Sinto muito, não existe palavra mais precisa. No finalmente, não perderei muito tempo para comentar o tom usado por editorialistas e colunistas ao encararem o presidente da República. É do conhecimento até do mundo mineral que o enxergam a trafegar entre a ignorância crassa e a megalomania crônica. Digo apenas que, aqui, adentramos ao gramado da ofensa grosseira, nascida do preconceito e adubada pelo ódio de classe."
"João Ubaldo Ribeiro, em O Estado de S.Paulo de ontem, domingo, desqualifica “essa suspeita de golpismo”. O jornal, evidentemente, exulta, dá-lhe asas o aval da autoridade, da assinatura celebrada. O escritor refere-se às investidas da mídia nativa contra o governo, e afirma: “Não tem golpismo, tem é exercício do direito de crítica”. Não pretendo responder a João Ubaldo. Sustento, apenas, que uma coisa é a crítica, e outra é o golpismo. Sim, a crítica é direito de qualquer cidadão, assim como qualquer um tem o direito de professar suas crenças, agir conforme seus princípios e manifestar suas idéias. Eu sou bastante critico do governo, embora exposto a pecha diuturna de apaniguado do presidente Lula. Pecha? Pois é. E eu, não teria direito de achar bom o que outros dizem mal? Tenho, mas estou longe de entender que o governo se sai bem. CartaCapital apoiou a candidatura Lula em 2002 e 2006 por considerá-la melhor do que outras, e não deixou de apresentar as razões da escolha. Discordamos, porém, e irredutivelmente, da política econômica do governo. Condenamos a ambigüidade governista em relação aos transgênicos e a omissão de longos meses no que diz respeito ao apagão aéreo. Lamentamos a demissão de Waldir Pires do ministério da Defesa e fustigamos a vergonhosa retirada diante das pressões da Globo no caso da classificação indicativas dos programas de tevê. E desabridamente desconfiamos da ação de alguns ministros, como Helio Costa e Nelson Jobim, sem falar de Mangabeira Unger, empregado de Daniel Dantas. E não temos duvidas quanto ao fato de que o governo deveria abandonar ao seu destino o senador Renan Calheiros. E por aí afora. Isto, porém, é crítica, procedente ou não. Golpismo é outra coisa, é a sanha de precipitar uma crise, de qualquer proporção. Do irmão Vavá ao desastre da TAM. Sem hesitações ao testar hipóteses, conforme as lições do diretor da Rede Globo, Ali Kamel. Quer dizer, o golpista arrisca-se impávido à acusação falsa, quando não omite a verdade factual. Ou mente. E isto, a se considerar o País, sua zelite (como diz João Ubaldo Ribeiro) e suas tradições, é golpismo. Sinto muito, não existe palavra mais precisa. No finalmente, não perderei muito tempo para comentar o tom usado por editorialistas e colunistas ao encararem o presidente da República. É do conhecimento até do mundo mineral que o enxergam a trafegar entre a ignorância crassa e a megalomania crônica. Digo apenas que, aqui, adentramos ao gramado da ofensa grosseira, nascida do preconceito e adubada pelo ódio de classe."
terça-feira, 14 de agosto de 2007
O Livro
Em tempo. O título do livro citado no post abaixo é "A Publicidade é um cadáver que nos sorri". O autor é o italiano Oliviero Toscani. Vale a pena ler, ao menos para ver as fotos das peças da Benetton.
Propaganda
Optei pela profissão de publicitário muito cedo em minha vida. A publicidade, assim como a política, ensejava as criações, disputas, derrotas e vitórias inerentes à profissão. Ainda que acreditasse em uma visão “engajada” de publicidade, sabia que era um instrumento de venda. De qualquer venda. Ainda assim, buscava um diferencial na propaganda que me permitisse uma realização tanto profissional quanto pessoal. Tive a oportunidade de cursar a primeira turma de Publicidade e Propaganda da UNIJUI, incrivelmente romântica e irresponsável. Romântica porque buscava esse “novo tipo de propaganda”, ético e inovador. Irresponsável porque para a propaganda, ética é um conceito nebuloso e raro. De qualquer forma, no período acadêmico li um livro do responsável pela propaganda da Benetton, Oliviero Toscani. Os que tem mais de 25 anos (meu caso) talvez lembrem das polêmicas propagandas da Benetton, utilizando temas como a AIDS, a guerra da Iugoslávia, o racismo, a hipocrisia etc. Toscani provocava dizendo que a propaganda tinha que ter um papel inovador, informativo, polêmico e não vender falsas promessas de produtos milagrosos. E, mais importante, afirmava que as propagandas tinham o intuito de vender sim as roupas da empresa, mas se isso era possível ser feito trazendo benefícios para a sociedade, por que não? Claro, isso foi um sonho passageiro. Nem a Benetton manteve a linha de propaganda, nem ninguém mais ousou tanto.
Dito tudo isso, quero saudar a iniciativa da Rede Vivo de reinventar as sacolas de compras retornáveis. São menos algumas toneladas de plástico a poluir o meio-ambiente. Claro, antes que algum magoadinho de plantão diga, é evidente que isso visa uma melhor colocação da empresa no quesito responsabilidade social e aumentar suas vendas. Afinal e inicial é uma empresa. Mas porque não ganhar dinheiro e ainda reduzir um pouco as nossas mazelas do dia-a-dia. Por que não?
Dito tudo isso, quero saudar a iniciativa da Rede Vivo de reinventar as sacolas de compras retornáveis. São menos algumas toneladas de plástico a poluir o meio-ambiente. Claro, antes que algum magoadinho de plantão diga, é evidente que isso visa uma melhor colocação da empresa no quesito responsabilidade social e aumentar suas vendas. Afinal e inicial é uma empresa. Mas porque não ganhar dinheiro e ainda reduzir um pouco as nossas mazelas do dia-a-dia. Por que não?
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Fernando Pessoa
Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.
Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.
Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo.
Fernando Pessoa
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.
Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.
Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo.
Fernando Pessoa
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Os que choram
Não raro dividimos as pessoas em duas partes. Esquerda/direita, gremistas/colorados, contra/ a favor etc. Essa visão dicotômica é absolutamente inerente ao ser humano; uma necessidade de posicionamento, até mesmo de sobrevivência (o que diga o Duas-Caras). Mas essas divisões sempre me pareceram tênues (menos o Imortal Tricolor), divisões subjetivas e inconsequentes, válidas apenas para demarcar uma posição imediata (ressalva anterior). Na prática, sabemos que o dia-a-dia é uma sucessão de pequenas decisões com infinitas possibilidades. Essas podem nos levar as mais diversas consequências, que nos darão novas infinitas possibilidades e assim ad infinitum. Mas não é sobre a minha repulsa ao conceito de destino que eu quero falar. É sobre a simples dualidade do ser.
Numa conversa etílica com dois amigos, o Beto São Pedro e o Luciano Ribas (não por acaso tio e sobrinho) chegamos a conclusão que a principal e talvez a única divisão dualista que realmente vale a pena é a dos que choram e os que não choram. Dos que são capazes de emocionar-se com um filme, com uma música, com uma atitude; e dos que passam a vida vendo-a pela TV e, no máximo, vampirizando emoções dos outros.
Claro, nós somos dos que choram. Choramos com a deslealdade, com a traição, com a maldade, com o desperdício de vidas e também dos que desperdiçam suas almas no mais puro egoísmo. Choramos. Com orgulho.
Numa conversa etílica com dois amigos, o Beto São Pedro e o Luciano Ribas (não por acaso tio e sobrinho) chegamos a conclusão que a principal e talvez a única divisão dualista que realmente vale a pena é a dos que choram e os que não choram. Dos que são capazes de emocionar-se com um filme, com uma música, com uma atitude; e dos que passam a vida vendo-a pela TV e, no máximo, vampirizando emoções dos outros.
Claro, nós somos dos que choram. Choramos com a deslealdade, com a traição, com a maldade, com o desperdício de vidas e também dos que desperdiçam suas almas no mais puro egoísmo. Choramos. Com orgulho.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Alan Kardec
Alan Kardec fundou na França uma filosofia que alguns chamam de religião, o Espiritismo. Uma filosofia que encontrou grande eco em alguns setores médios da sociedade, principalmente entre profissionais liberais. Embora hoje exista quase que tão somente no Brasil, inspirou muitas pessoas.
Para mim, ateu há muito tempo, a maior inspiração que esse homem causou, foi em um jovem casal que resolveu dar a seu filho o mesmo nome do pensador francês. Esse Alan Kardec, brasileiro, jogador do Vasco da Gama, terminou com a pretensão avícola colorada. Sendo responsável diretamente pelos dois gols sofridos por eles no "gigante do beira-lago". Embora o avícola deles tenha jogado bem, foi o avícola do Vasco quem ganhou o jogo. Por uma bela ironia, o melhor em campo foi Perdigão.
Para mim, ateu há muito tempo, a maior inspiração que esse homem causou, foi em um jovem casal que resolveu dar a seu filho o mesmo nome do pensador francês. Esse Alan Kardec, brasileiro, jogador do Vasco da Gama, terminou com a pretensão avícola colorada. Sendo responsável diretamente pelos dois gols sofridos por eles no "gigante do beira-lago". Embora o avícola deles tenha jogado bem, foi o avícola do Vasco quem ganhou o jogo. Por uma bela ironia, o melhor em campo foi Perdigão.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Socialismo
Tem sido reicidente para mim o tal do tema "O socialismo que queremos". Participei do 3º Congresso do PT e um dos pontos de pauta era esse. Neste último final de semana participei de uma conversa etílica sobre o mesmo assunto, onde reafirmei uma opinião simples: o tal de socialismo, em sua gênese, não é nem democrático, nem republicano. Ponto. E não me venham com invenções tipo "socialismo petista", "não era o socialismo que queríamos", "o nosso é diferente" etc. Essa absurda compreensão apenas impede uma verdadeira revolução de idéias e ideais. Sem republicanismo e sem democracia (o que de certa forma já e redundante) não podemos conviver.E para terminar o Barão de Itararé me ajuda com a seguinte frase:
"O capitalismo é a exploração do homem pelo homem, o socialismo é o contrário."
"O capitalismo é a exploração do homem pelo homem, o socialismo é o contrário."
Prioridades
Embora seja lugar comum, a vida é um intrincado de relações, onde cada indivíduo estabelece suas preferências e prioridades. Num complexo emaranhado de teias cada sujeito elege para si e para seus negócios as questões mais preementes e prazeirosas.
Quandos alguns indivíduos juntam-se para fazer qualquer coisa, desde o simples ato de beber uma cerveja até grandes questões de negócios, essa subjetiva prioridade aparece e estabelece as relações. Nem sempre as prioridades se encontram (o que é absolutamente normal, senão óbvio) fazendo com que questões mais pertinentes para uns tornem-se indiferentes para outros. Capazes são aqueles que conseguem equacionar essa difícil matemática. Estou me esforçando.
Quandos alguns indivíduos juntam-se para fazer qualquer coisa, desde o simples ato de beber uma cerveja até grandes questões de negócios, essa subjetiva prioridade aparece e estabelece as relações. Nem sempre as prioridades se encontram (o que é absolutamente normal, senão óbvio) fazendo com que questões mais pertinentes para uns tornem-se indiferentes para outros. Capazes são aqueles que conseguem equacionar essa difícil matemática. Estou me esforçando.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Ricardo Reis
Fernando Pessoa (alguém já disse o maior poeta da língua portuguesa) tratava de temas mais "polêmicos" através de seus heterônimos. Ricardo Reis era o mais ácido de todos, meu preferido, tanto na forma como no conteúdo. Tirem suas próprias conclusões.
"Não a ti
Não a Ti, Cristo, odeio ou te não quero.
Em ti como nos outros creio deuses mais velhos.
Só te tenho por não mais nem menos
Do que eles, mas mais novo apenas.
Odeio-os sim, e a esses com calma aborreço,
Que te querem acima dos outros teus iguais deuses.
Quero-te onde tu stás, nem mais alto
Nem mais baixo que eles, tu apenas.
Deus triste, preciso talvez porque nenhum havia
Como tu, um a mais no Panteão e no culto,
Nada mais, nem mais alto nem mais puro
Porque para tudo havia deuses, menos tu.
Cura tu, idólatra exclusivo de Cristo, que a vida
É múltipla e todos os dias são diferentes dos outros,
E só sendo múltiplos como eles
'Staremos com a verdade e sós."
Ricardo Reis
E tem gente que ainda fala em pluralidade com um biblia embaixo do braço...
"Não a ti
Não a Ti, Cristo, odeio ou te não quero.
Em ti como nos outros creio deuses mais velhos.
Só te tenho por não mais nem menos
Do que eles, mas mais novo apenas.
Odeio-os sim, e a esses com calma aborreço,
Que te querem acima dos outros teus iguais deuses.
Quero-te onde tu stás, nem mais alto
Nem mais baixo que eles, tu apenas.
Deus triste, preciso talvez porque nenhum havia
Como tu, um a mais no Panteão e no culto,
Nada mais, nem mais alto nem mais puro
Porque para tudo havia deuses, menos tu.
Cura tu, idólatra exclusivo de Cristo, que a vida
É múltipla e todos os dias são diferentes dos outros,
E só sendo múltiplos como eles
'Staremos com a verdade e sós."
Ricardo Reis
E tem gente que ainda fala em pluralidade com um biblia embaixo do braço...
Polêmica
Não. Não é o avião da TAM a maior polêmica do Brasil neste momento. É o corte do maior levantador do mundo pelo técnico Bernardinho.
Ricardinho deu provas objetivas durante a Liga Mundial que não existe nenhum jogador da mesma posição que jogue melhor que ele. Isso é inegável. Mas tem um detalhe também inegável: voleibol se joga com seis, não!, com doze jogadores. Todos organizados por um técnico. E no caso da seleção brasileira, organizada pelo técnico mais vitorioso que já se conheceu. Bernardinho já ganhou tudo que é possível ganhar no volei; Ricardinho está em começo de carreira. Ricardinho pode tornar-se uma grande referência internacional, mas precisa aprender que não se brinca com um técnico que acredita piamente no coletivo, na equipe. Ninguém, vejam bem, ninguém!, vai escalar a seleçao de vôlei além do Bernardinho.
Bernardinho, tenho certeza, tem ascedência espartana, a mesma do Felipão. Quem manda é ele, e o Ricardinho que fique em casa "chorando as pitangas".
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Hegemonias e hegemônicos
Reza a lenda marxista que Gramsci "inventou" o seu conceito de hegemonia enquanto desfrutava de um dos períodos de reclusão forçada em alguma prisão italiana. É por demais evidente que ninguém "inventa" hegemonia, e o conceito do renomado teórico marxista foi fruto de sua construção dialética-histórica (só para aproveitar que estamos falando de marxismo).
Essa introdução pseudo-intelectual é só para tripudiar (e não errei o verbete) dos companheiros petistas da chamada tese Mensagem (DS, Amplo, ED) que formularam uma maioria falsa no Terceiro Congresso do PT. As históricas divergências entre essas correntes petistas evidenciaram-se sobremaneira no decorrer do Congresso; ao cúmulo de não entenderem-se no voto da resolução que versava contra o aceite de qualquer recurso financeiro para campanhas advindo de empresas "trangênicas".
Aproveitando o Gramsci lá de cima, lembro que o italiano nos ensinou que hegemonia não se conquista com maioria numérica e sim com qualidade política e ideológica. Sugiro, humildemente, aos companheiros que dêem uma relida no referido teórico.
Essa introdução pseudo-intelectual é só para tripudiar (e não errei o verbete) dos companheiros petistas da chamada tese Mensagem (DS, Amplo, ED) que formularam uma maioria falsa no Terceiro Congresso do PT. As históricas divergências entre essas correntes petistas evidenciaram-se sobremaneira no decorrer do Congresso; ao cúmulo de não entenderem-se no voto da resolução que versava contra o aceite de qualquer recurso financeiro para campanhas advindo de empresas "trangênicas".
Aproveitando o Gramsci lá de cima, lembro que o italiano nos ensinou que hegemonia não se conquista com maioria numérica e sim com qualidade política e ideológica. Sugiro, humildemente, aos companheiros que dêem uma relida no referido teórico.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Não deveria...
Eu não deveria. Já devia estar acostumado. A estupidez humana demonstra-se em grandes e em pequenos gestos. Gestos do tamanho de uma bomba atômica e gestos que utiliza outrem para conseguir seu objetivos.
Mais uma vez o magistério municipal repete a brilhante idéia de boicotar as ações do executivo municipal. Vejam bem: qualquer ação. Esse boicote significa simplesmente impedir que seus alunos tenham acesso as opções oferecidas pelas mais diversas secretarias do município. É impressionante. Reinvindica-se, o que é justo, com a perda dos outros, o que injusto. Uma criança não tem duas chances de aprender em um mesmo tempo. Tudo o que deixar de ver e aprender em função desta decisão dos professores, está perdido para sempre. Um tempo perdido.
Sou filho de professora, sei muito bem as dificuldades do magistério. Minha mãe nunca deixou de reivindicar, nunca foi "pelega", mas nunca, nunca mesmo, permitiu que um só aluno seu perdesse qualquer oportunidade de aprendizado, por menor que parecesse.
Sei que essa estupidez não é compartilhada pela maioria dos professores municipais. Os que não concordam, pelo bem da educação, insurjam-se contra seu sindicato e modifiquem essa resolução.
Mais uma vez o magistério municipal repete a brilhante idéia de boicotar as ações do executivo municipal. Vejam bem: qualquer ação. Esse boicote significa simplesmente impedir que seus alunos tenham acesso as opções oferecidas pelas mais diversas secretarias do município. É impressionante. Reinvindica-se, o que é justo, com a perda dos outros, o que injusto. Uma criança não tem duas chances de aprender em um mesmo tempo. Tudo o que deixar de ver e aprender em função desta decisão dos professores, está perdido para sempre. Um tempo perdido.
Sou filho de professora, sei muito bem as dificuldades do magistério. Minha mãe nunca deixou de reivindicar, nunca foi "pelega", mas nunca, nunca mesmo, permitiu que um só aluno seu perdesse qualquer oportunidade de aprendizado, por menor que parecesse.
Sei que essa estupidez não é compartilhada pela maioria dos professores municipais. Os que não concordam, pelo bem da educação, insurjam-se contra seu sindicato e modifiquem essa resolução.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Cuidado e caldo de galinha não fazem mal a ninguém
A ilustração do post abaixo, necessita de um crédito especial. É um fragmento de um desenho de uma artista plástica competentíssima. Muito embora não mostre seus desenho para muita gente, em agosto terá uma exposição individual. Juliana Vinadé tem um talento impressionante, e quem diz não sou só eu. O Casanova e o Amoreti também acham.
De quando em vez, um Fernando Pessoa. O maior poeta da língua portuguesa.
Ele e seus heterônimos
"É boa ! Se fossem malmequeres !
É boa ! Se fossem malmequeres !
E é uma papoula
Sozinha, com esse ar de "queres?"
Veludo da natureza tola.
Coitada !
Por ela
Saí da marcha pela estrada.
Não a ponho na lapela.
Oscila ao leve vento, muito
Encarnada a arroxear.
Deixei no chão o meu intuito.
Caminharei sem regressar."
Ele e seus heterônimos
"É boa ! Se fossem malmequeres !
É boa ! Se fossem malmequeres !
E é uma papoula
Sozinha, com esse ar de "queres?"
Veludo da natureza tola.
Coitada !
Por ela
Saí da marcha pela estrada.
Não a ponho na lapela.
Oscila ao leve vento, muito
Encarnada a arroxear.
Deixei no chão o meu intuito.
Caminharei sem regressar."
Um começo
Apesar da Juliana ter criticado veementemente minha iniciativa de blog, cá está ele. Pretendia sair postando alguns textos mais opinativos, mas o acidente aéreo diminuiu minha vontade. Mañana ou mais tarde começo de verdade.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Pois é...
Rendi-me... Rendi-me ao texto virtual, as façanhas internéticas e as necessidades humanas de expressão. Para acalmar meus pares, editarei os melhores posts em um livro de 1000 páginas com edições trilíngues com odes e loas ao texto impresso. Mas isso é para o futuro. Como os leitores deste espaço serão meus amigos (que são poucos) e meus inimigos (que já são mais), os temas tratados serão de uma anarquia libertária completa. Assim seja.
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